CPI 80

1º CPI - Primeiro Congresso Português de Informática - 1980
O QUÊ?
O 1º Congresso Português de Informática CPI 80 é uma iniciativa da Associação Portuguesa de Informática (API) assumindo uma natureza técnico-científica e dirigido fundamentalmente aos utilizadores técnicos de informática.
Dentro da perspectiva de associação profissional como é a API, pretende o CPI 80 proporcionar um ponto de encontro para discussão e debate dos problemas de enquadramento, utilização e limitações da Informática.
Pretende ainda o CPI 80 constituir um arranque para iniciativas deste e doutros tipos, para que a ciência e a técnica da Informática, cuja importância crescente será difícil contestar em termos objectivos e racionais, sejam discutidas e analisadas em termos técnicos e de interesse nacional.
PORQUÊ?
O CPI 80, com este ou outro nome, com esta ou outra organização e estrutura, com este ou outro âmbito, consubstancia os anseios e as necessidades dos informáticos portugueses e, concomitantemente, dos utilizadores da Informática.
Tal acontece porque:
- O impacto e a vulgarização do uso dos equipamentos informáticos se começa a tornar transparente, mesmo aos olhos do observador mais desatento;
- Esta "banalização" dos meios de tratamento da informação leva a um repensar do enquadramento profissional dos actuais técnicos de Informática, por um lado e a uma reflexão muito profunda por parte dos gestores, nomeadamente administrativos, por outro;
- A integração do nosso país em estruturas organizativas com graus mais desenvolvidos de tratamento administrativo vai obrigar a um acentuado esforço, tanto da parte dos técnicos de informática, como dos próprios utilizadores em geral, e dos gestores, em particular.
COMO?
Muito haveria a dizer, e certamente algo será dito, sobre a génese, o desenvolvimento e todo o processo de concretização do CPI 80.
Desde já, importa que fique expresso e reconhecido o esforço desenvolvido por uma equipa entusiasta e animosa, que passo a passo, face a problemase dificuldades para que não existia a mínima preparação a nível individual, foi ultrapassando todos os obstáculos, na medida das suas possibilidades de acção colectiva.

Importa aqui igualmente realçar todos os apoios, a nível institucional e individual, que foram surgindo desde a fase inicial de concepção do CPI 80 e sem os quais a sua realização teria sido impossível.
Destes, entendo ser de indicar os seguintes:
- Rodoviária Nacional,primeiro patrocinador a "apostar" no CPI 80
- Comissão Coordenadora de Informática das Forças Armadas pelo apoio prestado a diversos níveis; pela divulgação efectuada no seu domínio de actuação;
- Secretaria de Estado da Administração Pública pelo apoio logístico e material concedido; pelo interesse efectivo manifestado;
Importa ainda salientar, embora de um ponto de vista negativo, a incompreensão de alguns, a indiferença de outros, em qualquer dos casos, não significativamente), e, mais triste e incompreensivelmente, o bloqueio e/ou boicote de meia dúzia ou pouco mais.
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O "onde", o "quando" e outros aspectos conjunturais são exactamente conjunturais (cabe aqui uma palavra de agradecimento à Fundação Gulbenkian, pela cedência das suas instalações).
INFORMÁTICA: QUE FUTURO?
O CPI 80 não resolverá problemas, nem era essa a intenção de base. Antes pelo contrário, pretendia equacioná-los e permitir a sua discussão e debate.
Entende-se necessária uma continuação desta iniciativa, quer em termos de reflexão, quer de tomadas de posição, enquadrada em acções da mesma índole, ou de profundidade diferente, mas assegurando um seguimento das acções agora desenvolvidas.
Se, para a pergunta "Informática: que futuro?", em termos gerais a resposta nos escapa, pelo menos preparemo-nos para enfrentar a questão de "Que futuro para a Informática em Portugal".

O COORDENADOR GERAL DA COMISSÃO
ORGANIZADORA DO CPI 80


transcrição do editorial publicado na REVISTA DE INFORMÁTICA Vol. I nº 2 Abril/Junho 1980 - pag. 19