-
O programa para comando duma máquina electromecânica
era, na maior parte dos casos, constituído por um conjunto
de peças metálicas (cavaletes) que se inseriam, em posições
previamente determinadas, numa barra móvel e que "disparavam",
à sua passagem, comutadores eléctricos que accionavam
dispositivos electromecânicos em sequência; o retorno
da barra móvel à sua posição inicial,
sem accionar qualquer comutador, assegurava, na passagem seguinte,
a repetição das operações.
Programar uma tabuladora era construir circuitos eléctricos
sobre um painel (painel de programação) que asseguravam,
segundo regras previamente definidas, a execução das
operações. Cada painel correspondia a um programa e
o lançamento de um novo programa correspondia à paragem
da tabuladora, retirada do painel, inserção de novo
painel e arranque da tabuladora.
A
introdução de programas na memória de um computador electrónico,
como o Baby Machine - Machester 1948 - ou o EDSAC - Cambridge 1949 -, realizava-se através do posicionamento de comutadores
eléctricos integrados num painel de programação
e o accionamento de outros que permitiam avançar o endereço
(memory address) na memória.
Este
procedimento era fastidioso e cedo se começaram a escrever
os programas sobre papel e a transcrevê-los para cartões
perfurados em 80 colunas que eram lidos (read) para a memória
carregando (load) assim o programa onde ficava armazenado (store).
As
instruções (command) eram redigidas em código
binário. A codificação (code) em binário
era fastidiosa e realizada por especialistas. Cedo esses especialistas
construíram programas que lhes permitissem ler as instruções
escritas utilizando mnemónicas e traduzi-las para a codificação
binária.
A
actualização (update) de um Ficheiro, normalmente
denominado Ficheiro Mestre (Master File), realizava-se pela adição
de novos cartões perfurados (totalmente novos - New - ou
a partir da reprodução parcial de um antigo a que
se acrescentava uma modificação - Modify - de conteúdo)
e pelo abate (Delete) dos cartões que tinham deixado de ser
utilizados.
Para
a fita de papel o processo era semelhante. No entanto, a execução
das operações era mais complicada e exigia a criação
de todo um rolo de fita novo a partir do anterior.
Este
procedimento clássico envolvia a intervenção
de três Ficheiros: o anterior, normalmente denominado Father,
o que continha as actualizações, denominado Mother,
e o actualizado, denominado Son. O procedimento era denominado na
gíria por Father-Son.
A
possibilidade de utilizar os teleimpressores e máquinas de
escrever como unidades de entrada/saída (Input/Output) permitiu
estabelecer uma primeira forma de diálogo entre o Homem e
a Unidade Central de Processamento, denominada utilização
conversacional ou interactiva. No entanto, os teleimpressores eram
muito ruidosos e lentos o que conduziu a que, ainda nos anos 1960,
a parte da unidade de saída fosse substituída por
écrans de raios catódicos (Televisores).
A
transcrição dos dados para cartão ou fita perfurada
era uma operação fastidiosa, repetitiva e demorada
tendo sido construídos, também nos anos 1960, equipamentos
para leitura óptica de caracteres (OCR - Optical Character
Recognition), leitura de caracteres magnéticos (MICR - Magnetic
Ink Character Recognition) e para reconhecimento da voz.
Todo
estes dispositivos e equipamentos têm vindo a ser aperfeiçoados
no sentido de um mais rápido funcionamento, melhor qualidade
na execução da função e redução
do preço de fabrico.
O
quantitativo e variedade de periféricos que podem ser acopolados
à Unidade Central de Processamento de um computador sobrecarregam
o processador com um conjunto de tarefas apreciável, algumas
das quais são de execução muito lenta em relação
às que têm lugar na UCP (por exemplo: a impressão
de resultados). Actualmente cada periférico é equipado
com a sua própria UCP (Processador, Memória e UAL
- Unidade Aritmética e Lógica) à qual o Processador
Central envia os dados a processar e "passa" o comando
e controlo das operações mantendo-se em comunicação
apenas para "tomar conhecimento" do final da execução;
entretanto comanda e controla outras operações que
podem ser realizadas em simultâneo com a(s) que se executa(m)
no(s) periférico(s).
|