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De 1960 a 1969
[ Univac | Elliot 803 - B | Elliot 4100 | Elliot 803 - B(LNEC) | NCR 315 |
GE MARK I | Pallas | IBM 360 | Siemag Data 2000 | DEC System 10 | EMG 830 |
Computadores de Segunda Geração
Livro de Computadores Digitais ]

Elliot 803-B

A informação referente a este sistema foi compilada a partir dos dados cedidos pelo amigo, de longa data, Manuel Ortins de Bettencourt que realizou a instalação, manutenção, reparação e programação deste computador.

Concebido pela Elliott Bros, nos arredores de Londres - UK e por ela construído entre 1961 e 1963, quando a empresa já tinha sido adquirida pela NCR

A UCP compreendia uma memória de 4.096 palavras de 39 bit (equivaleria a uma memória actual de 20K). Embora fossem gerados vários sinais de ciclo de memória, o ciclo base da memória deste computador era 288 µs (micro segundos). Executava-se uma instrução em 576 microsegundos, o que, nesse tempo, era notável.
Cada palavra poderia conter ou 2 instruções (em que a segunda poderia ser alterada pela instrução que a precedia) ou 1 valor entre 0 e 1 (o programador é que devia ter em atenção qual a potência de 10 que o afectava); era, no entanto, possível equipa-lo com uma unidade de cálculo em Vírgula Flutuante.
A codificação dos números era em binário puro. Assim, uma word poderia armazenar um número até ao valor 274.877.906.943, pois o bit mais significativo funcionava como bit de sinal (para negativar um valor fazia-se a sua complementarização).
As memórias de massa deste computador eram constituídas por unidades com bobinas onde se enrolavam filmes de 35 mm revestidos com óxido de ferro. Na fotografia são visíveis quatro dessas unidades. Podiam ser ligados 2 controladores, cada um deles com 4 Film Handlers. Em cada bobine, pré-formatada, podiam ser gravados 4096 blocos de 64 palavras, directamente endereçáveis. Para poupar no comprimento, os blocos acessíveis no movimento avante (0 a 2047) eram intercalados com blocos acessíveis em movimento para trás (4095 a 2048).
O Input/Output era feito em fita perfurada de 5 canais - código telegráfico -. Para o efeito possuía 1 ou 2 leitores ópticos Elliott com velocidades de leitura de 500 ou de1000 caracteres por segundo e outros tantos perfuradores Teletype com uma velocidade de perfuração de 110 caracteres por segundo. Também era possível utilizar uma saída directa para um Typewriter, - vísivel na fotografia em primeiro plano, sobre a secretária - mas a sua impressão, com uma velocidade de 10 caracteres por segundo era demasiado lenta para um Output de volume normal.
A programação era feita em código de máquina, embora existisse um incipiente Autocode de nível de Assembler. Não existia qualquer sistema operativo e o Software fornecido resumia-se a algumas rotinas de aplicação em cálculos científicos, nomeadamente de cálculo matricial.
O que realmente tornava este computador notável, talvez único, era a utilização que fazia de toros de ferrite. Naturalmente que à época, e ainda durante mais 10 anos, as memórias eram construídas em matrizes de toros de material ferri-magnético. Mas neste computador os toros de ferrite eram também utilizados como base dos circuitos lógicos e na transferência de dados interna.
Um exemplar deste Sistema foi instalado, no ano de 1961, em Pinto de Magalhães Banqueiros, no Porto, onde fazia a segunda posição das contas correntes e o controlo das responsabilidades por Letras de todos os seus balcões.

Última morada conhecida: Pinto de Magalhães Banqueiros, Porto